Um espaço dedicado a literatura e ao estímulo de novos escritores, ajudando a aprimorar e a divulgar o trabalho de toda aquela pessoa que gosta de escrever. "A continuidade depende de como reiniciamos"...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Acróstico Dia do Poeta






Deixe-me solto para
Inovar o pensamento
Adormecendo os receios.

Desperto os anseios quando
Ouço o sentir.

Parar causa dano irreparável.
O dom insaciável carece de
Esperança para cantar alto
Tanta energia
em palavras
Antes
que desapareçam...





Por: José R. Assumpção

Ser Poeta





O poeta é igual a todo mundo que é diferente!

Seu riso é dor; sua dor consigo ri, sofregamente.

Poeta não mente a não ser para tua própria mente.


Poeta não tem casa, e nem sabe exatamente o significado

Da palavra lar. Ele vive acima disso! Consegue enxergar o mundo,

Por olhos diferentes, dos meus e dos teus.


O poeta vê o mundo, a alguns degraus abaixo de Deus!


Para você se tornar um poeta

Não bastará um tilintar de dedos...

Para ser poeta, terá que viver sem medo.


Poeta enxerga Amor em todo lugar!

Quando bombas marcam silvos no ar,

Ele o encontra até lá...


O poeta vive por viver intensamente.

Sem distinguir a quem pertencem os momentos,

Os vive integralmente.


E não difere de alguém em função de particularidades,

O poeta enaltece a todos que exibem no peito e na alma,

A altivez da tua singularidade.




Por: Angelo Ronaldo

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Prisão




Prisão que sufoca meu ser, que me impede de querer ser livre
Prisão de pedras que quer arraiga-se no meu coração
Que me mantém no oculto, na escuridão desses muros
De sentimentos, de silêncio, de desumanidade...

Procuro livrar-me dessas correntes de ódio, de maudade
Dessa prisão que me inquieta e me definha a cada hora
Desse silêncio ensurdecedor dessa tortura que aqui mora...

Quero a luz do dia, sentir seu calor,
Quero ver a rua, sentir a ventania, sentir o gosto do amor
Quero ler os olhos, sentir o aroma das flores,
Quero tocar, sentir os sentidos quero passear pelas cores.

Não me contento com as gotas do sol, com a distância das estrelas
Não me contento com as migalhas da “liberdade” ,
Com a minha minguada morte sem poder provar o sabor das bondades.



Por: Estênio

Os muros da tristeza



É imperceptível aos olhos, a profundidade da tristeza. Pois
só o coração consegue com precisão, enxergá-la e
externá-la em forma de lágrimas.
Lágrimas que ao saírem dos olhos, chegam ao coração como se fosse um bálsamo, originado do desabafo adquirido pelo poder que tem as lágrimas de conter a dor sentida.
E vagarosamente, a dor que outrora de um ser apoderou-se, vai sendo exterminada. Dando-lhe assim, forças para demolir os muros temerosos desse cruel sentimento.

Por: Nalva Nogueira

domingo, 3 de outubro de 2010

A Reunião

Nos tempos recentes, existem muitas situações surpreendentes que pouco mais de uma década atrás eram tão naturais quanto respirar. Atualmente esquecer o celular em casa é equivalente a esquecer a cabeça. Trabalhos didáticos, do primário ao doutorado se resumem em pesquisas na internet. Receber uma carta é tão estranho quanto o sistema eleitoral voltar para as cédulas! Mas eu recebi uma carta! E não era propaganda de político, nem do SERASA e muito menos o boleto do cartão de crédito. Era uma carta mesmo, a moda antiga! Meu nome estava completo. E tinha até o remetente “Mario Dinarti”, com endereço completo e direito a complemento. Tentei lembrar se conhecia algum Mário Dinarti, mas por mais que puxasse na memória, não conseguia recordar do indivíduo.

Ao abrir a carta, a surpresa!

“Caro Sr. Daniel,

Estou lhe convidando para participar de um encontro político que irá envolver indivíduos de diferentes tendências ideológicas.

Sua presença é indispensável.

A reunião acontecerá...”

Estranho. Mas resolvi participar. Que mal faria? E o local de encontro era o auditório da universidade federal. Não seria golpe. Chegando ao ponto marcado, dei-me conta do que estava a acontecer! Com certeza seria o início da Terceira Guerra Mundial! Uma figura com correntes penduradas em suas vestes fumava um cigarro no portal de entrada do auditório; Um barbudo com camisa vermelha distribuía panfletos para quem passava pelo local; O celular não parava de tocar sendo atendido constantemente pelo sujeito de terno e maleta; Não deixei de notar um homem com as unhas sujas de terra, um rapaz com feições delicadas, e mais dois personagens com características comuns.

- Senhor Daniel! Que bom que veio! Vamos entrar, a reunião irá começar...

Mesmo não entendendo o motivo de estar ali, em pouco tempo começou uma confusão onde eu era apenas um telespectador:

- “Eu sou comunista porque acredito em um Estado único!” “Eu sou socialista porque luto pela reforma agrária!” “Sou capitalista porque ninguém vive sem dinheiro!” “A reforma é o meio termo, por isto apoio!” “O anarquismo visa um Estado cooperativista, sem poder centralizado!” “Sou punk porque quero que o Estado se exploda!” “Sou apolítico porque...”

“Por que mesmo?! Tantos títulos! Tantos rótulos! No fim, poucos entendem o que é política...”, fiquei a pensar. O pau comendo no centro e eu tentando entender o porquê daquele evento. O tal do Mário Dinarti vez ou outra intervinha na tribuna, mas passava a maior parte do tempo sorrindo. Até que o homem de paletó se levantou e pegou o microfone, fazendo todos calarem:

- Já imaginaram um bairro com uma rua que o transpassa sentido leste-oeste, e a parcela da população que mora no leste requerer que a preferencial fosse sua, e vice-versa? Obviamente um conflito seria criado. Na lei da “Idade Média” uma guerra resolveria a questão! Mas hoje uma Associação de Moradores decidiria este impasse sem conflito armado e derramamento de sangue. Podemos afirmar que a política é uma ferramenta para a evolução humana.

- Evolução humana? Você está de brincadeira! – o rapaz com cabelo moicano e jaqueta coberta de correntes havia se levantado furiosamente – Reacionário! Vem com esse papinho de pequeno burguês, mas está apenas pensando no poder!

- Associação de Moradores é apenas um antro de pelegos capitalistas! – o barbudo tinha um tom irônico enquanto cochichava no meu ouvido. Foi então que o rapaz de feições delicadas com um círculo contendo a letra “A” tatuado em seu braço levantou-se e do auditório falou calmamente:

- Entretanto, a política, como uma ferramenta, pode ser usada para a destruição humana. As mazelas que acercam o mundo são tantas, que citá-las seria clichê! O objetivo não é bradar “palavras de ordem”, mas sim entender como uma ciência genuinamente humana pode servir contra os propósitos humanos! O mundo não foi, não é, e nunca será dos espertos! A esperteza, não é política. Mas uma coisa é fato, não existem seres “apolíticos”. Não dentre os que pisam o pó do chão.

Realmente o rapaz tinha certa razão. Vivenciamos a política nas ações simples da vida. Comprar os alimentos em uma feira, por exemplo. O consumidor irá procurar o que é o melhor para ele, de acordo com suas necessidades e alcance. O vendedor, por sua vez, tentará provar que seu produto se encaixa nas pretensões do consumidor. “Mas isto não é comércio?!” Claro! Mas as relações interpessoais é política!

- Caro amigo Daniel. Não gostaria de se pronunciar? – convidou-me Dinarti demonstrando a tribuna.

- Até agora não entendi porque você me convidou para essa reunião... – com o que eu disse todos se calaram. Olhavam-me como se fosse um estranho no ninho.

- Oras! Todos aqui afirmam ser algo! Tem comunista; anarquista; capitalista; até aquele senhor ali, o Marcelo, afirma ser apolítico!

- Mas eu não levanto nenhuma bandeira... Não entendo ainda...

- Justamente por isso! Gostaríamos de ouvir o ponto de vista de alguém que está inserido no sistema e entende bem como ele funciona... – Dinarti sorria enquanto falava.

- Mas como?.. – Naquela altura já não importava mais saber detalhes de todo aquele momento surreal que estava vivenciando. Levantei-me, sendo fuzilado pelo olhar de todos os presentes. Subi na tribuna, analisei todos, e de forma vacilante, falei:

- Existem aqueles que exageram quanto à rotulação da política. Por exemplo, os comunistas “marxistas”, “leninistas” e “stalinistas”. É tanto “ista” que dá até pra confundir. Mas Marx estava correto quando formulou a teoria da DIALÉTICA... Ou teria sido Hegel? Ou até mesmo Platão... A política tem como base a dialética. Sempre teve, e sempre terá. A dialética nos permite compreender a evolução da postura humana na prática de relacionamentos. O que pode ser verdade hoje, amanhã é dúvida, e depois de amanhã é a falha que sustentará a verdade vigente que outrora era a própria falha da verdade dialética. Eu tenho a minha posição política formada. Sou coerente! Estou inserido no sistema, seja ele qual for, e atuo nele como cidadão e profissional. Não me deixo atrelar aos “istas”, porém procuro viver com justiça! E a “política partidária” não é POLÍTICA, é um EMPREENDIMENTO.

Por: Ricardo Dantas

Thelema



E seus olhos eram vermelhos
Mas com quê dor eu pude viver,
Se tudo ao meu redor é anoitecer?

Olho as pessoas nas ruas
E seus olhos são cadavéricos
Seus olhos, poupe-me de cortesias
Eles sangram e vejo que vocês sofrem

Eles sofrem pelo que fizeram
Pagaram o preço
Eles são aqueles que trouxeram a morte
Levaram muitos a loucuras
Em nome deles mesmos

Poupe-me mais uma vez
Pois se não consigo ver teu olho ser humano
Então vocês continuam sofrendo
Pois como a tua terra, eles são vermelhos

Por: Joseph Stones

A Fotografia

Amarelecida pela fuga do tempo e pela oxidação da juventude jazia a fotografia, aparada pelo hospedeiro envernizado e artisticamente entalhado por algum poeta das formas. Suaves contornos compunham aquele instante esquecido no fosco pedaço de papel: a moça graciosa de sorriso eterno e quase infantil, rodeada por um céu intenso e longínquo.

Ele, mergulhado num conjunto quase infindo de anos de uma solidão contínua e viciante, deparou-se com o som triste de um choro pesaroso. Seus olhos, ao escutarem o piado nostálgico da tessitura que se compunha ao vento, pousaram defronte àquela lâmina de madeira que amparava o riso da moça presa a um passado empoeirado:

O riso chorava.

Ele, pensando-se enlouquecido, tirou o par de óculos que lhe trazia mais lucidez ao espírito e fixou o momento: a bela menina de traços liquefeitos esboçava um sorriso que nascia da juventude em flor. Mas o som, o canto amaríssimo de melodia suave adentrava pelos sentidos e comunicava aos velhos pensamentos que o pesar morava ali, naquele riso encarcerado.

Após alguns momentos de apnéia, consequente da surpresa a que se expunha, o velho trouxe os dedos finos aos olhos míopes, como tentasse se libertar daqueles fantasmas que se desgrudavam da polpa de papel carcomido pelo tempo.

Vagarosamente, a mente do velho, sulcada pelo pecado de ainda estar viva, deixou-se devanear em lembranças empoeiradas advindas das tralhas que guardara como adorno no interior da alma.

O riso deu as mãos desbotadas ao corpo cansado da jovem e trouxe-a para o presente dos olhos atônitos: era o amor que partira ainda nos anos de ouro e que estava de volta com as malas em punho, prestes a abraçar o fantasma abortado do corpo envelhecido.

Ela aproximou-se como se volitasse através de uma brisa que soprava ao sabor do que esperara por toda vida. O riso se converteu em vida, sua alma se reencarnou em juventude e ambos se abraçaram rodeados por uma eletricidade que lhes brotava do cerne da vida. Um beijo demorado com gosto de carne e pecado desvelou-se no aglutinar dos corpos em frenesi. Alvos lençóis de seda modelavam aqueles corpos nus e sedentos de carícias: elas desciam em avalanches crestando aqueles segundos intermináveis com o fogo de um amor transcendente.

Eles eram o presente e não seriam traídos novamente nem pelo tempo que desvasta, nem pelo flash mecânico que aprisiona e trai um amor.

No íntimo, o velho sabia que aquele momento epifânico lhe custaria as moedas de um resto de sofrer entorpecido pelo desmemorialismo, causado pela deserção dos neurônios ainda em vida.

Assim, após se recompor o homem pôs os olhos sob as lentes; sem, contudo deixar de fixá-los febris sobre a fotografia que lhes parecia sorrir. Ao longe, o sussurrar imantado à poeira do tempo produzia seu canto úmido de lágrimas.

As mãos frias e trêmulas daquela carne que se entregava ao flash último da vida, seguraram a fotografia do sorriso de encontro ao peito, com a força de uma fera pronta a devorar sua presa fragilizada. O velho sentou-se na poltrona tão antiga quanto suas ruínas interiores, olhou novamente o doce riso da jovem e rasgou a fotografia em pedaços pequeniníssimos. Deu então a última baforada de ar aos pulmões exaustos e sorriu ternamente ao escutar a voz do riso recém-liberto que se aproximava dos olhos lúcidos sob as lentes e, entre lágrimas, escutou com prazer a nova tessitura de som angelical que lhe chegava aos ouvidos: a morte abriria seus portais sagrados, com a benção da vida.

Por: Sandra Datti

Dançar



Ajeita-se o desdobrar no tempo,
marcando passos,
marcando espaços.

A vida é dada ao movimento!

A poesia corporal...
Entonação,
contornos e bordas
da emoção coreografada.

Por: Juleni Andrade

Letras Bailarinas


Letras são bailarinas perfeitas
que bailam lépidas no papel
em piruetas chegam ao céu
e a toda alma enfeitam

Formando versos tão bonitos
em sincronia maravilhosa
escrevem, poemas e prosa
e alcançam o além, o infinito

Letras nos fazem voar tão alto
advertimos ao leitor incauto
que desprezam a imaginação:

Letras são perfeitas bailarinas
que embriagam as nossas retinas
se o poeta é pleno em inspiração


Por: Lena Ferreira

domingo, 22 de agosto de 2010

O dinheiro dos outros



E a campanha eleitoral de 2010 está a todo vapor: são bandeiras, panfletos, faixas, carros de som e a TV. Isso mesmo! A TV com seu famoso "horário eleitoral gratuito", com um desfile de partidos e candidatos, cada um querendo apresentar a melhor proposta. São tantos discursos e promessas que nós - pobres eleitores indefesos - ficamos aturdidos e perplexos diante de tantas soluções apresentadas. Soluções que resolverão – segundo dizem - definitivamente os problemas de nossa querida pátria amada, Brasil.


“O eleitor precisa estar consciente e escolher o candidato certo” - dizem. Como se isso fosse uma tarefa fácil para a maioria de nós, brasileiros sofridos, que mal dispomos de tempo para cumprir com as obrigações diárias na luta pela sobrevivência.


Escolher a pessoa certa para votar, acredito que seja uma das coisas mais difíceis para o eleitor que não dispõe de meios, ferramentas e condições para fazer uma análise mais profunda dos candidatos. Na verdade deveria existir um órgão especializado, onde cada candidato passasse por um tipo de sabatina onde seriam avaliadas suas condições - morais, psicológicas e etc. - e uma das primeiras questões que deveria ser abordada com relação à capacidade de alguém exercer qualquer cargo político, seria verificar qual o conceito que essa pessoa tem do valor do dinheiro público.


Possivelmente o fato de não se dar muita importância ao real valor que o dinheiro público possui e representa, tem sido um dos principais motivos geradores de desmandos, descasos e corrupção. A impressão que se tem é de que por ser público, o dinheiro pode ser esbanjado de qualquer forma e sem nenhum critério: uma vez que se apresentem os documentos que comprovem onde o dinheiro foi gasto, parece que está tudo bem…

Claro que do ponto de vista legal – para uma prestação de contas, digamos assim – as coisas talvez funcionem dessa forma. Mas do ponto de vista ético e moral, por exemplo, teria a obrigatoriedade de ser diferente.
Quantos absurdos são constatados – isso, quando são – praticamente em todas as esferas dos governos, com gastos exorbitantes e desnecessários. Vemos constantemente, milhares de reais serem desperdiçados, de forma vergonhosa e irresponsável, em ações fúteis e banais que nenhum proveito traz para a coletividade.


As pessoas que morrem diariamente em filas de hospitais, as crianças que ficam doentes por viverem em moradias precárias com valetas a céu aberto, os jovens desocupados que, muitas vezes, devido à ociosidade, tornam-se marginais e drogados por falta de oportunidades para estudar e trabalhar... Nada disso parece sensibilizar aqueles que estão no poder, caso contrário não veríamos tantas injustiças e falta de bom senso no trato com as coisas públicas. Com certeza, o dinheiro que é jogado fora inescrupulosamente poderia se fosse bem direcionado e gasto com parcimônia, mnimizar os grandes problemas sociais que massacram o povo brasileiro.


Fatos dessa natureza, infelizmente, nos conduzem a formar uma opinião negativa a respeito dos representantes do povo. Alguns deles, na tentativa de se isentar da responsabilidade, poderão argumentar que são impotentes para impedir que esses fatos aconteçam. O que, aliás, pode até ser verdade. Mas, contudo, não se pode admitir que fiquem omissos e calados. Aqueles que aceitam passivamente uma situação nitidamente nociva e prejudicial são tão culpados e irresponsáveis quantos aqueles que as praticam.


E, por outro lado, não estão preparados e nem tão pouco são dignos de ocupar o lugar que ocupam. Não existem justificativas para atitudes omissas e covardes, principalmente quando partem daqueles que se dizem líderes e têm o dever de corresponder com a expectativa de quem os elegeu.


Necessário se faz também admitir que o povo tenha uma grande parcela de culpa diante desse processo. Se for injustificável a omissão e a passividade dos políticos, não é diferente também quando compete ao povo. Enquanto permanecermos calados, alheios e indiferentes, os maus representantes continuarão agindo de forma desonesta e irresponsável. O dinheiro público continuará sendo esbanjado de forma criminosa, e as pessoas morrendo por falta de médicos, hospitais e falta de cuidados.



Por: Hélio Costa


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Utopia


Dentro de mim não sei o que sou
bicho? Gente? O tempo que revele
meu prazer se traduz em minha dor
agonia vara saudade à flor da pele

Reflito aflito em pensamento vasto
reflexo profano da cobiça agridoce
desfigura o desejo tal qual casto
venera o anseio como se ele fosse

Os olhos que me espreitam do avesso
talham-me lágrimas cristalinas que o passado espia
folhas farfalham sob o peso de sonho um inconfesso

E um eclipse pontilha-se num céu que se resfria.
Saio de mim na poesia da noite e logo amanheço
um ínfimo estilhaço de utopia...


Por: Sandra e Angelo Ronaldo

Poetas Poetando


Viver enconchado

Revelou-nos num encontro paradoxal
embora a afronta, não pudesse imaginar
vertendo-nos até o arrebol
desafiamos o verbo abdicar

No abraço, a dor corrompida
mensurou quão passos dar
nos fez de forma precisa
reinantes em nosso abraçar

Simbiose sedimenta fragmento
a escolha ecoa no ar
se um dia estivemos placebo
não foi por vontade de estar

Tua tez uma fonte delicada
nos faz quase levitar
quizera viver enconchado
contigo nas ondas do mar

Por : Angelo Ronaldo

Poetas Poetando


Agora me sinto segura, os
Carinhos que recebo confortam minha alma.
Obrigada por estar aqui hoje, me
Ninando em seu
Colo. Posso ficar no seu ninho por
Horas, sem me lembrar que à algum tempo atrás
Eu estava perdida. Seu carinho me faz relembrar o
Gosto que tem o calor dos corpos unidos.
Obrigada mais uma vez.

Por : Val Catarina

Poetas Poetando


Utopia

E é em um puro estado de transe
E em um puro estado de desespero
Que tudo parece tomar forma ou não

O mundo se julga colorido por parecer colorido
Abrace-me pois logo eles vêm
E é em um puro vazio que lhe digo
"E se nada foi feito
Talvez possamos começar uma vez."

Tudo se fecha agora
Nada é o que somos entrelaçados
E tudo é uma utopia

Queremos tudo, meu amor
Mas nunca teremos
Então me envolva novamente
E só talvez esperemos o final de um nada

Por : Joseph Stones

Poetas Poetando


Voltemos ao princípio!
A nova chance que chega
Afasta o pecado original.

Hoje, abraçados sem desejos
Nossos corações temem
Provar novamente a semente
Da serpente ardilosa,
Intitulada de perdição...

Seria o pelágio presente?
Ou, resiliência onipresente...

Não!
Nem por um e nem por outro.

Tudo indica tão somente
A luta do homem ferozmente
Em busca de respostas
Convincentes e permanentes.

Entrementes, atitudes injustas
Deformaram o espírito e,
Aprisionaram a alma!
Condenaram homem e mulher
A viverem sem olhares
Íntimos e subtis
A contemplar a chegada
Da nova era chamada
“aceleração”.

Por : José R. Assumpção

Poetas Poetando


Amparos

Somos nus...
temos vivas as entranhas,
temos o medo à flor da pele,
pelos poros saltam as coragens.

Somos nus...
fortificados pelos ventos bons,
fragilizados pelos atrevidos
maus fluídos.

Somos nus...
não escondemo-nos em máscaras frias,
não pretendemos a fuga,
temos o peito aberto às flechas.

Em cada abraço resgastamos
o mais íntimo e profano
dos amparos necessários.



Por : Juleni Andrade

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Poetas Poetando


No desejo a pele alva empalidece
noite sem rumo
vida sem prumo
alma agoniza, desejo apetece

Um sussurro na noite
inaudível a “olho nu”
No zumbido envolto em uivo,
a matilha alimenta o açoite

Assanha a sanha
desnuda o pomo da discórdia,
desfigura a alma sem barganha

O apocalíptico prurido
sacramenta teu destino
Perder-se de Amor, sem antes sentí-lo

Por - Angelo Ronaldo

Poetas Poetando


Nas costas de Eros,
Setas e flores vistosas...
Ah, poupe-me das flechas!
E atire-me as rosas.

Por - Edison Gil

Poetas Poetando


Pele branca, que chora - sangue vermelho;
Desgraças da noite - escuro apelo!
E no andar da carruagem, os cavalos ficam,
e com sua tenacidade, a carne, os ossos rubricam.

Se corrompe em luz, nudez proposital;
é uma fada, sem brio, juvenil constancia.
Essa chaga de dores amenas - ato fatal!
A morte, gritando - atroz falaz - pedindo anuência.

Por - Marcos Carneiro

Poetas Poetando


ARREMATAÇÃO

Ocasião foi perfeita
para enlace
do ser ido aos trancos
com a mordida na maçã...

Amor é fera indomável
que quebra gelo.
Só o desmazelo
desfaz o acreditar.

Toda ternura compartilhada
na virada,
na caminhada...
vira força maldita,
afiada.

O fim de caso
trava luta...
todo bem é transformado
em dor.


Por - Juleni Andrade

Poetas Poetando


Não posso conter
meu coração contrito
Em terra infértil
Tornaria-o maldito

Desesperadamente então
me pus a chorar,
Obscuro aos teus olhos,
tratou de brotar.

Por - Felipe Dias

Poetas Poetando


O nome da rosa: perfídia
O espinho que fere: gana
O grito da noite: praga...
Entrementes, a expatriação dos delituosos,
Afetou o tempo.
Então,
Acredito tão somente
No agouro do desgarrado membro da alcatéia!
Eleito pra anunciar o fenecimento
Da semente cujo o cognome é
Esperança...

Por - José R. Assumpção

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Poetas Poetando

Anjo Meu
"Anjo meu que partiste,
Entrega tua dor finda
Aos reconditos de meu olhar triste.
Ilumina o frescor dos olhos teus
Para me despertar do desejo do vazio.
Anjo cálido,
As jovens batidas de teu coração
Jamais deveriam ter cessado...
A melodia eterna, meu anjo,
Tessitura imortal que não te acolhe o peito
É promessa divina,
Que não compreende a finitude.
Acorda! seiva serena,
Desfragmenta meus delírios de anjo caído,
Esparzi a vida que te resta
Em algum canto dos olhos teus.
E diz-me, sorrindo, que tudo é só uma brincadeira
De teu espírito puro:
E tu voltarás para mim em segredo
E acariciarás meus pensamentos,
Libertando-me da ilusão fatal de que a morte
É o elo entre o existir e a morte do desejo.
Essência adormecida,
Anjo da dor que me embalaste o ser,
Volta no tempo
Tua alma menina,
Porque para os anjos, criança,
Não há outra vida.
Volta, Esperança!
Para os braços meus!
Antes que meu mundo se acabe,
Antes que seja tarde,
Antes que seja ontem,
Antes que seja nunca..."


Por: Sandra Datti

Poetas Poetando

Não se poderia dizer que na vida foi meretriz, todavia, se jamais teve filho sem pai, também foi por um triz. Uns até diziam que fumava, bebia e cheirava, mas uma moça daquelas não deixaria estes vícios torná-la prisioneira, Mais fácil seriam os outros prazeres da carne, estes sim: ela mesma os aprisionar.
Matuta, guerreira. Sem eira nem beira, parecia zombar de tudo ao seu redor. Como se tudo aquilo fosse uma séria brincadeira de ciranda, sapateava sem música tocar, chorava sem lágrima rolar. Sofria sem ninguém ver!
Nas bandas donde vivia, sempre que amanhecia, se podia contar: os surdos juravam um canto escutar... Os cegos agitados sorriam "vendo" a moça passar. Até os moribundos por aquelas terras se deixavam contagiar...
Mas até que era fácil perceber que no peito a moça guardava não se sabe o quê, que vinha não se sabe da onde; e aquilo a sufocava por dentro, fazendo-a quase levitar, para logo depois no chão, àquela moça subjugar.
A última notícia que se teve dela, foi que um moço de asas, se pôs a moça abraçar. E foi com muito jeito, com muito carinho que o ouviram falar: não tenhas medo anjo, venho em missão de resgate, e para casa finalmente podereis retornar...Se nisso tudo é difícil de acreditar, não serei eu quem vai julgar.Mas quem conta esta história, são os cegos e mudos, que vivem pelas ruelas daquele lugar.

Por: Angelo Ronaldo

Poetas Poetando

Luto de viúva

Houve talvez um anjo
Houve talvez uma dor
Que me segurou, sangrando
Que eu disse adeus, em flor Houve uma nuvem branca
Leve como algodãoHouve um tempo...lembrança
Houve um tempo...temporão

Mas um anjo morreu
E eu, sem anjo e sem orfeu
Fiquei com olhos de chuva
Em dia frio, em luto de viúva


Por: Patrícia Hakkak

Poetas Poetando


Sob o Olhar do Altíssimo
Deus cuida e contempla a sua criação

Chama o homem de filho

Lança sobre ele um "olhar" de Amor
Amor que é capaz de transpor
toda a fraqueza humana e tibieza do coração.

Ao permitir-se estar sob o Olhar do Atíssimo,
Experimenta-se o acalento, o aconchego,
o consolo enfim o Amor,
Amor eterno Amor!!

Por: Sil

Poetas Poetando


A dor disfarçada da insignificancia humana
Volta depois de reprimida:
Sexualiza,Deseja e Projeta
Tentando notar Formas,Caras Masculinas e Femininas
Em um lugar incompreesível para humanidade


O UNIVERSO DOS ANJOS!


Por: Yoki

Poetas Poetando



Asas rebeldes
Mãos livres
Corpos ardentes...

Por: José R. Assumpção

Poetas Poetando


Teu presságio era um Anjo
Envolto em espectro de luz.
Tu, porém, duvidaste
Que tal benevolente figura
Fosse cálice de teu derradeiro sono.

Por: Edilmar Figueiredo

Poetas Poetando


As gotas de chuva no telhado,
Anunciam sua ida...
O corpo esmorecido
Está afetado pela solidão!


Demoraste pra voltar...

Hoje contemple a imensidão
Sem a minha paixão.


Por: José R. Assumpção

Poetas Poetando


ENCENAÇÃO

Arte na cena, tensa.
Intensidade,de arte, encena morte.
Toda sorte de norte em crise...
sentir-se menos ameno.

Aceno de olhos cerrados,
paralisiado corpo aos braços fortes.
Antes do fim do ato...
o fato transborda arte em cena.


Por: Juleni Andrade

Poetas Poetando


“... MAS O “SEU” ANJO VIRIA”.

E aquela infinda espera, um dia findar-se-ia....Dizem da existência de anjos. E de alguma forma ela sabia, que também o “seu” anjo existia. Seus sentimentos mostrava-lhe que se aproximava o dia, que para sua face olharia. O fato de não saber precisar hora, e tampouco dia, era o que a sua alma afligia. Mas o seu anjo viria. O que nunca imaginou, é que a sua chegada; no último dos seus dias seria. Mas dentro de si sempre houvera, a certeza de que antes de partir o veria. Em alguns momentos, se podia ouvir o ruflar de suas asas. Porém, mesmo com o ruflar que se ouvia, jamais conseguira saber, se o seu anjo chegava, ou se ia. Mas sempre soubera da existência dos anjos. E o que agora lhe sucedia; mostrava-lhe que o seu anjo, ao seu lado sempre estivera, e jamais lhe deixaria.

Por: Nalva Nogueira

Poetas Poetando


No dia em que ela finalmente desistiu, quando viu que tudo não passava de uma história repetida e perdida, largou-se.Sentiu um frio repentino e as mãos daquele que tardou a chegar.Mas como tudo na história da vida deles, não havia mais nada a ser feito.Seus olhos, agora, faziam parte do céu.Sua vida, agora, fazia parte da história.

Por: Elaine Gomes

Poetas Poetando


O anjo chegara tarde: não conseguira protegê-la. Agora jazia em seus braços um corpo, tão desejado, antes tão proibido, tão intocável. De que adiantavam agora, suas asas? Se derretessem, com o calor do Sol, tampouco se importaria. Agora não lhe importava nem mesmo ser coisa alguma: nem Ícaro, nem Gabriel...

Por: Bia Machado

Poetas Poetando


Abraço brioso
Abraço de luz...
Abraço de anjo
Abraço que seduz...


Por: José R. Assumpção