Um espaço dedicado a literatura e ao estímulo de novos escritores, ajudando a aprimorar e a divulgar o trabalho de toda aquela pessoa que gosta de escrever. "A continuidade depende de como reiniciamos"...

domingo, 22 de agosto de 2010

O dinheiro dos outros



E a campanha eleitoral de 2010 está a todo vapor: são bandeiras, panfletos, faixas, carros de som e a TV. Isso mesmo! A TV com seu famoso "horário eleitoral gratuito", com um desfile de partidos e candidatos, cada um querendo apresentar a melhor proposta. São tantos discursos e promessas que nós - pobres eleitores indefesos - ficamos aturdidos e perplexos diante de tantas soluções apresentadas. Soluções que resolverão – segundo dizem - definitivamente os problemas de nossa querida pátria amada, Brasil.


“O eleitor precisa estar consciente e escolher o candidato certo” - dizem. Como se isso fosse uma tarefa fácil para a maioria de nós, brasileiros sofridos, que mal dispomos de tempo para cumprir com as obrigações diárias na luta pela sobrevivência.


Escolher a pessoa certa para votar, acredito que seja uma das coisas mais difíceis para o eleitor que não dispõe de meios, ferramentas e condições para fazer uma análise mais profunda dos candidatos. Na verdade deveria existir um órgão especializado, onde cada candidato passasse por um tipo de sabatina onde seriam avaliadas suas condições - morais, psicológicas e etc. - e uma das primeiras questões que deveria ser abordada com relação à capacidade de alguém exercer qualquer cargo político, seria verificar qual o conceito que essa pessoa tem do valor do dinheiro público.


Possivelmente o fato de não se dar muita importância ao real valor que o dinheiro público possui e representa, tem sido um dos principais motivos geradores de desmandos, descasos e corrupção. A impressão que se tem é de que por ser público, o dinheiro pode ser esbanjado de qualquer forma e sem nenhum critério: uma vez que se apresentem os documentos que comprovem onde o dinheiro foi gasto, parece que está tudo bem…

Claro que do ponto de vista legal – para uma prestação de contas, digamos assim – as coisas talvez funcionem dessa forma. Mas do ponto de vista ético e moral, por exemplo, teria a obrigatoriedade de ser diferente.
Quantos absurdos são constatados – isso, quando são – praticamente em todas as esferas dos governos, com gastos exorbitantes e desnecessários. Vemos constantemente, milhares de reais serem desperdiçados, de forma vergonhosa e irresponsável, em ações fúteis e banais que nenhum proveito traz para a coletividade.


As pessoas que morrem diariamente em filas de hospitais, as crianças que ficam doentes por viverem em moradias precárias com valetas a céu aberto, os jovens desocupados que, muitas vezes, devido à ociosidade, tornam-se marginais e drogados por falta de oportunidades para estudar e trabalhar... Nada disso parece sensibilizar aqueles que estão no poder, caso contrário não veríamos tantas injustiças e falta de bom senso no trato com as coisas públicas. Com certeza, o dinheiro que é jogado fora inescrupulosamente poderia se fosse bem direcionado e gasto com parcimônia, mnimizar os grandes problemas sociais que massacram o povo brasileiro.


Fatos dessa natureza, infelizmente, nos conduzem a formar uma opinião negativa a respeito dos representantes do povo. Alguns deles, na tentativa de se isentar da responsabilidade, poderão argumentar que são impotentes para impedir que esses fatos aconteçam. O que, aliás, pode até ser verdade. Mas, contudo, não se pode admitir que fiquem omissos e calados. Aqueles que aceitam passivamente uma situação nitidamente nociva e prejudicial são tão culpados e irresponsáveis quantos aqueles que as praticam.


E, por outro lado, não estão preparados e nem tão pouco são dignos de ocupar o lugar que ocupam. Não existem justificativas para atitudes omissas e covardes, principalmente quando partem daqueles que se dizem líderes e têm o dever de corresponder com a expectativa de quem os elegeu.


Necessário se faz também admitir que o povo tenha uma grande parcela de culpa diante desse processo. Se for injustificável a omissão e a passividade dos políticos, não é diferente também quando compete ao povo. Enquanto permanecermos calados, alheios e indiferentes, os maus representantes continuarão agindo de forma desonesta e irresponsável. O dinheiro público continuará sendo esbanjado de forma criminosa, e as pessoas morrendo por falta de médicos, hospitais e falta de cuidados.



Por: Hélio Costa


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Utopia


Dentro de mim não sei o que sou
bicho? Gente? O tempo que revele
meu prazer se traduz em minha dor
agonia vara saudade à flor da pele

Reflito aflito em pensamento vasto
reflexo profano da cobiça agridoce
desfigura o desejo tal qual casto
venera o anseio como se ele fosse

Os olhos que me espreitam do avesso
talham-me lágrimas cristalinas que o passado espia
folhas farfalham sob o peso de sonho um inconfesso

E um eclipse pontilha-se num céu que se resfria.
Saio de mim na poesia da noite e logo amanheço
um ínfimo estilhaço de utopia...


Por: Sandra e Angelo Ronaldo

Poetas Poetando


Viver enconchado

Revelou-nos num encontro paradoxal
embora a afronta, não pudesse imaginar
vertendo-nos até o arrebol
desafiamos o verbo abdicar

No abraço, a dor corrompida
mensurou quão passos dar
nos fez de forma precisa
reinantes em nosso abraçar

Simbiose sedimenta fragmento
a escolha ecoa no ar
se um dia estivemos placebo
não foi por vontade de estar

Tua tez uma fonte delicada
nos faz quase levitar
quizera viver enconchado
contigo nas ondas do mar

Por : Angelo Ronaldo

Poetas Poetando


Agora me sinto segura, os
Carinhos que recebo confortam minha alma.
Obrigada por estar aqui hoje, me
Ninando em seu
Colo. Posso ficar no seu ninho por
Horas, sem me lembrar que à algum tempo atrás
Eu estava perdida. Seu carinho me faz relembrar o
Gosto que tem o calor dos corpos unidos.
Obrigada mais uma vez.

Por : Val Catarina

Poetas Poetando


Utopia

E é em um puro estado de transe
E em um puro estado de desespero
Que tudo parece tomar forma ou não

O mundo se julga colorido por parecer colorido
Abrace-me pois logo eles vêm
E é em um puro vazio que lhe digo
"E se nada foi feito
Talvez possamos começar uma vez."

Tudo se fecha agora
Nada é o que somos entrelaçados
E tudo é uma utopia

Queremos tudo, meu amor
Mas nunca teremos
Então me envolva novamente
E só talvez esperemos o final de um nada

Por : Joseph Stones

Poetas Poetando


Voltemos ao princípio!
A nova chance que chega
Afasta o pecado original.

Hoje, abraçados sem desejos
Nossos corações temem
Provar novamente a semente
Da serpente ardilosa,
Intitulada de perdição...

Seria o pelágio presente?
Ou, resiliência onipresente...

Não!
Nem por um e nem por outro.

Tudo indica tão somente
A luta do homem ferozmente
Em busca de respostas
Convincentes e permanentes.

Entrementes, atitudes injustas
Deformaram o espírito e,
Aprisionaram a alma!
Condenaram homem e mulher
A viverem sem olhares
Íntimos e subtis
A contemplar a chegada
Da nova era chamada
“aceleração”.

Por : José R. Assumpção

Poetas Poetando


Amparos

Somos nus...
temos vivas as entranhas,
temos o medo à flor da pele,
pelos poros saltam as coragens.

Somos nus...
fortificados pelos ventos bons,
fragilizados pelos atrevidos
maus fluídos.

Somos nus...
não escondemo-nos em máscaras frias,
não pretendemos a fuga,
temos o peito aberto às flechas.

Em cada abraço resgastamos
o mais íntimo e profano
dos amparos necessários.



Por : Juleni Andrade

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Poetas Poetando


No desejo a pele alva empalidece
noite sem rumo
vida sem prumo
alma agoniza, desejo apetece

Um sussurro na noite
inaudível a “olho nu”
No zumbido envolto em uivo,
a matilha alimenta o açoite

Assanha a sanha
desnuda o pomo da discórdia,
desfigura a alma sem barganha

O apocalíptico prurido
sacramenta teu destino
Perder-se de Amor, sem antes sentí-lo

Por - Angelo Ronaldo

Poetas Poetando


Nas costas de Eros,
Setas e flores vistosas...
Ah, poupe-me das flechas!
E atire-me as rosas.

Por - Edison Gil

Poetas Poetando


Pele branca, que chora - sangue vermelho;
Desgraças da noite - escuro apelo!
E no andar da carruagem, os cavalos ficam,
e com sua tenacidade, a carne, os ossos rubricam.

Se corrompe em luz, nudez proposital;
é uma fada, sem brio, juvenil constancia.
Essa chaga de dores amenas - ato fatal!
A morte, gritando - atroz falaz - pedindo anuência.

Por - Marcos Carneiro

Poetas Poetando


ARREMATAÇÃO

Ocasião foi perfeita
para enlace
do ser ido aos trancos
com a mordida na maçã...

Amor é fera indomável
que quebra gelo.
Só o desmazelo
desfaz o acreditar.

Toda ternura compartilhada
na virada,
na caminhada...
vira força maldita,
afiada.

O fim de caso
trava luta...
todo bem é transformado
em dor.


Por - Juleni Andrade

Poetas Poetando


Não posso conter
meu coração contrito
Em terra infértil
Tornaria-o maldito

Desesperadamente então
me pus a chorar,
Obscuro aos teus olhos,
tratou de brotar.

Por - Felipe Dias

Poetas Poetando


O nome da rosa: perfídia
O espinho que fere: gana
O grito da noite: praga...
Entrementes, a expatriação dos delituosos,
Afetou o tempo.
Então,
Acredito tão somente
No agouro do desgarrado membro da alcatéia!
Eleito pra anunciar o fenecimento
Da semente cujo o cognome é
Esperança...

Por - José R. Assumpção