Um espaço dedicado a literatura e ao estímulo de novos escritores, ajudando a aprimorar e a divulgar o trabalho de toda aquela pessoa que gosta de escrever. "A continuidade depende de como reiniciamos"...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Poetas Poetando

Anjo Meu
"Anjo meu que partiste,
Entrega tua dor finda
Aos reconditos de meu olhar triste.
Ilumina o frescor dos olhos teus
Para me despertar do desejo do vazio.
Anjo cálido,
As jovens batidas de teu coração
Jamais deveriam ter cessado...
A melodia eterna, meu anjo,
Tessitura imortal que não te acolhe o peito
É promessa divina,
Que não compreende a finitude.
Acorda! seiva serena,
Desfragmenta meus delírios de anjo caído,
Esparzi a vida que te resta
Em algum canto dos olhos teus.
E diz-me, sorrindo, que tudo é só uma brincadeira
De teu espírito puro:
E tu voltarás para mim em segredo
E acariciarás meus pensamentos,
Libertando-me da ilusão fatal de que a morte
É o elo entre o existir e a morte do desejo.
Essência adormecida,
Anjo da dor que me embalaste o ser,
Volta no tempo
Tua alma menina,
Porque para os anjos, criança,
Não há outra vida.
Volta, Esperança!
Para os braços meus!
Antes que meu mundo se acabe,
Antes que seja tarde,
Antes que seja ontem,
Antes que seja nunca..."


Por: Sandra Datti

Poetas Poetando

Não se poderia dizer que na vida foi meretriz, todavia, se jamais teve filho sem pai, também foi por um triz. Uns até diziam que fumava, bebia e cheirava, mas uma moça daquelas não deixaria estes vícios torná-la prisioneira, Mais fácil seriam os outros prazeres da carne, estes sim: ela mesma os aprisionar.
Matuta, guerreira. Sem eira nem beira, parecia zombar de tudo ao seu redor. Como se tudo aquilo fosse uma séria brincadeira de ciranda, sapateava sem música tocar, chorava sem lágrima rolar. Sofria sem ninguém ver!
Nas bandas donde vivia, sempre que amanhecia, se podia contar: os surdos juravam um canto escutar... Os cegos agitados sorriam "vendo" a moça passar. Até os moribundos por aquelas terras se deixavam contagiar...
Mas até que era fácil perceber que no peito a moça guardava não se sabe o quê, que vinha não se sabe da onde; e aquilo a sufocava por dentro, fazendo-a quase levitar, para logo depois no chão, àquela moça subjugar.
A última notícia que se teve dela, foi que um moço de asas, se pôs a moça abraçar. E foi com muito jeito, com muito carinho que o ouviram falar: não tenhas medo anjo, venho em missão de resgate, e para casa finalmente podereis retornar...Se nisso tudo é difícil de acreditar, não serei eu quem vai julgar.Mas quem conta esta história, são os cegos e mudos, que vivem pelas ruelas daquele lugar.

Por: Angelo Ronaldo

Poetas Poetando

Luto de viúva

Houve talvez um anjo
Houve talvez uma dor
Que me segurou, sangrando
Que eu disse adeus, em flor Houve uma nuvem branca
Leve como algodãoHouve um tempo...lembrança
Houve um tempo...temporão

Mas um anjo morreu
E eu, sem anjo e sem orfeu
Fiquei com olhos de chuva
Em dia frio, em luto de viúva


Por: Patrícia Hakkak

Poetas Poetando


Sob o Olhar do Altíssimo
Deus cuida e contempla a sua criação

Chama o homem de filho

Lança sobre ele um "olhar" de Amor
Amor que é capaz de transpor
toda a fraqueza humana e tibieza do coração.

Ao permitir-se estar sob o Olhar do Atíssimo,
Experimenta-se o acalento, o aconchego,
o consolo enfim o Amor,
Amor eterno Amor!!

Por: Sil

Poetas Poetando


A dor disfarçada da insignificancia humana
Volta depois de reprimida:
Sexualiza,Deseja e Projeta
Tentando notar Formas,Caras Masculinas e Femininas
Em um lugar incompreesível para humanidade


O UNIVERSO DOS ANJOS!


Por: Yoki

Poetas Poetando



Asas rebeldes
Mãos livres
Corpos ardentes...

Por: José R. Assumpção

Poetas Poetando


Teu presságio era um Anjo
Envolto em espectro de luz.
Tu, porém, duvidaste
Que tal benevolente figura
Fosse cálice de teu derradeiro sono.

Por: Edilmar Figueiredo

Poetas Poetando


As gotas de chuva no telhado,
Anunciam sua ida...
O corpo esmorecido
Está afetado pela solidão!


Demoraste pra voltar...

Hoje contemple a imensidão
Sem a minha paixão.


Por: José R. Assumpção

Poetas Poetando


ENCENAÇÃO

Arte na cena, tensa.
Intensidade,de arte, encena morte.
Toda sorte de norte em crise...
sentir-se menos ameno.

Aceno de olhos cerrados,
paralisiado corpo aos braços fortes.
Antes do fim do ato...
o fato transborda arte em cena.


Por: Juleni Andrade

Poetas Poetando


“... MAS O “SEU” ANJO VIRIA”.

E aquela infinda espera, um dia findar-se-ia....Dizem da existência de anjos. E de alguma forma ela sabia, que também o “seu” anjo existia. Seus sentimentos mostrava-lhe que se aproximava o dia, que para sua face olharia. O fato de não saber precisar hora, e tampouco dia, era o que a sua alma afligia. Mas o seu anjo viria. O que nunca imaginou, é que a sua chegada; no último dos seus dias seria. Mas dentro de si sempre houvera, a certeza de que antes de partir o veria. Em alguns momentos, se podia ouvir o ruflar de suas asas. Porém, mesmo com o ruflar que se ouvia, jamais conseguira saber, se o seu anjo chegava, ou se ia. Mas sempre soubera da existência dos anjos. E o que agora lhe sucedia; mostrava-lhe que o seu anjo, ao seu lado sempre estivera, e jamais lhe deixaria.

Por: Nalva Nogueira

Poetas Poetando


No dia em que ela finalmente desistiu, quando viu que tudo não passava de uma história repetida e perdida, largou-se.Sentiu um frio repentino e as mãos daquele que tardou a chegar.Mas como tudo na história da vida deles, não havia mais nada a ser feito.Seus olhos, agora, faziam parte do céu.Sua vida, agora, fazia parte da história.

Por: Elaine Gomes

Poetas Poetando


O anjo chegara tarde: não conseguira protegê-la. Agora jazia em seus braços um corpo, tão desejado, antes tão proibido, tão intocável. De que adiantavam agora, suas asas? Se derretessem, com o calor do Sol, tampouco se importaria. Agora não lhe importava nem mesmo ser coisa alguma: nem Ícaro, nem Gabriel...

Por: Bia Machado

Poetas Poetando


Abraço brioso
Abraço de luz...
Abraço de anjo
Abraço que seduz...


Por: José R. Assumpção

terça-feira, 27 de julho de 2010

O Grito



O grito estava preso quietinho lá dentro do peito. Eu podia sentir-lhe o pulso fraco. Volta e meia, sentia também a gola da camisa a roçar a pele eriçada, encharcada pelas gotículas de suor que descaiam pelas fendas dos poros semiabertos. Não raro, tocava com os dedos rudes a tecitura macia que me envolvia e quase me peguei na tentativa de enforcar a própria vida.

O grito está sufocado porque entrou pela janela errada.Ali não era mais a casa do poeta.

Armei-lhe um puçá bem grandinho e pus sua comida preferida: a esperança. Hoje o grito está engaiolado no peito de uma vida sem poesia. Quando as lembranças transbordam sua paixão, ele solta um piá de dor que ecoa através do vazio em que a vida transformou aquele velho chão de ruínas.

O grito perdeu-se na vida porque seu poeta morreu. Seus versos sem rimas babaram da boca aberta do artista, cuja alma partiu. Um silêncio cru nasceu às margens da folha branca: pousaram nela os olhos secos do corpo sem alma, o grito mudo do poeta invadido pela metamorfose, e a pena seca que tremia pela esperança que alguma boa alma do além psicografasse alguma dor entalada no peito sem batidas.

Mas tudo não passou de uma noite sem lua e estrelas. Meu peito levantou-se como um monstro anoitecido e passou a carregar seu poeta defunto para onde a vida o levasse... E continuou a escrever poemas sem poesias que feriam as almas sensíveis. Ele era o Matador. E passou o resto de seus dias a matar o verbo desajeitado que cosia.

Por: Sandra Datti

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Incubação


Agora te falo sobre o campo verde
Que não é tão longe da nossa casa
Na cidade sem vida só há paredes
E os corpos jogados em cova rasa...


Um poeta se voa é passaro na rede
quando enclausurado a mente atrasa
Mas o fogo das letras trará a sede
E a semente do verbo virá na asa


E o verso?
Ah! Decerto virá das paixões
Da verve e da musa
E até da rotina e do ardil
Será, meu amigo,
que todo o poeta é senil?


Por hora são estas vagas impressões
Loquaz testemunho daquele que viu
Nascer poesia em um grande vazio.


Por: Wasil Sacharuk